sábado, 13 de agosto de 2011

10/08/11> MELANCOLIA, filme, minhas considerações.

Assisti hoje no Shopping Bourbon, Espaço Unibanco Pompeia, sessão das 16h30 Fila A Lugar 10, os lugares agora são numerados.
Essa é uma das salas em que você parece estar na sua casa.
Só 20 pessoas estavam na sala.
Ao dirigir-me a minha poltrona 10, na Fila A, tinha uma mochila acomodada nela [para assistir o filme, rs] de uma senhora uns 40 anos, sentada na 11.
Ela não gostou [ainda faltavam 15 minutos para a sessão] tirou-a e colocou no chão.
Logo após foi para a fileira da frente e adotou o mesmo procedimento.
Não preciso dizer que quando os compradores do lugar ao lado dela com a mochila sentada, chegaram ela teve que tirar a mochila.
Sabe quantas vezes ela mudou de lugar para acomodar a mochila sentada em uma poltrona, 5 (cinco vezes), rs.

Início da sessão:
Para surpresa somente um trailer de uma pornochanchada nacional, [feita com dinheiro dos abusivos impostos que pagamos] e na sequencia o filme principal começou.
Digo isso, porque nas outras salas adotaram o critério de passar 13 minutos de comerciais, com as luzes acessas, e o som acredito superior a 10decibeis dos normais dos filmes.
O motivo é que ninguém quer saber de comercias, pagamos as entradas e ainda somos obrigados a assistir comerciais.
Mesmo assim é impressionante a balburdia, em virtude de uma minoria, que incomoda a todos, em conversar dando risadas altas, teclar no celular, falarem palavrões, tudo fora de uma convivência normal e educada.

MELANCOLIA
É também o Planeta Azul, lindíssimo, que está ameaçando a vida na terra, prestes a se chocar com ela.
Melancolia o filme poderíamos chamar de Depressão, ou desnudamento da Alma.
A depressão está embutida em todos os principais personagens, em menor ou maior escala.
Duas pessoas saíram antes do termino da primeira parte, [não agüentaram] se você se ligar ou não ao filme, a mensagem do diretor Lars Von Trier, incomoda do mesmo jeito, rs.
O filme asfixia, incomoda os expectadores, e acompanha duas irmãs e suas depressões, e como vão lidar com o apocalipse que se avizinha.

ABERTURA
É triste já anunciando como será o filme, porém de tirar o fôlego.
Por 10 minutos lindíssimas cenas em slow motion, como se fossem pinturas em movimento, permeadas com a música de Richard Wagner, Tristão e Isolda, que serve de trilha sonora, brindam os espectadores já valendo o ingresso, rs.
Justine encara a câmera com um olhar de profunda tristeza enquanto pássaros mortos caem a sua volta. Em outra tomada aparece amarrada a fios de lã e depois é levada pela correnteza.
Claire carrega no colo o filho Leo com dificuldade no campo de golfe, querendo chegar a lugar nenhum.
Em outra tomada, um cavalo cai em silêncio.
E o fim da terra se aproximando, visto por apenas 3 pessoas, que estão sendo sugadas para cima e suas almas indo para lugar nenhum.
Essa abertura vai ficar na memória de muita gente, [na minha vai ficar] por dias ou meses.
Porém a abertura é apenas uma simbologia, do que vai acontecer.
Fique atento a tomada que Justine com o sobrinho recolhe gravetos para a construção da proteção que está construindo para o fim do mundo.
O filme na abertura lembra, 2001 Uma odisséia no Espaço, pelo clima futurista, porém em outro tempo e espaço.
Se em 2001, fica clara o nascimento de um novo ser para dar continuidade a vida na Terra.
Aqui não, tudo termina aqui e agora.
Se quiser ouvir a música de abertura>
Tristão e Isolda de Richard Wagner
http://www.youtube.com/watch?v=Yt8EDuZg38w

FILME
Divide-se em duas partes, a primeira dedicada a Justine, a segunda a sua irmã Claire. Apresentando uma reflexão sobre a irmandade, um dos temas do filme.

PARTE 1 e a melhor
JUSTINE, Kirsten Dunst, premiada em 2011 no Festival de Cannes, como a melhor atriz, merecidamente.
Justine depressiva assumida, é levada a um casamento, que não estava em seus planos, tinha dúvidas profundas quanto ao passo que está dando.
O noivo Michael (Alexander Skarsgard), tem conhecimento disso, porém tenta realizar o casamento e esperar após dele, dias melhores. Não tem sucesso.
Percebe-se no decorrer do filme quando ela diz a irmã; Mas eu não estou dando risada não estou alegre?
O casamento dela e minuciosamente e suntuosamente preparado pela irmã e cunhado, tendo até roteiro. Como muitos na vida real, realizados em festas suntuosas, que acabam em separações em meses.
No caso de Justine, acaba no mesmo dia, a partir dos discursos à mesa, dos pais divorciados das irmãs.
John Hurt, pai, e Charlotte Rampling, mãe, esplêndidos nos papeis que interpretam.
Levando pouco a pouco, Justine a desmoronar, e derrubar as barreiras das aparências que os anfitriões Claire e o marido, Kiefer Sutherland, estão tentando tão arduamente manter.
Justine estava enganando bem no começo, [estava dissimulando ou era real?] é irradiava um prazer e alegria até contagiante.
Desmoronando por culpa de seus Pais, depressivos aos seus jeitos. Um alegre, outra amarga
Sempre na sua vida quando Justine precisava deles, inclusive no casamento, não estavam lá.
Nesse caso, vocês já observaram, na vida real, que pais amargos, sisudos, melancólicos, depressivos.
Não geram crianças risonhas.

PARTE 2 e apenas o complemento para o entendimento final
CLAIRE, Charlotte Gainsbourg, premiada em 2009 no Festival de Cannes por Anticristo, do mesmo diretor.
Sobre o filme Anticristo
http://miltons2008.blogspot.com/2009/08/2808anticristofilme-consideracoes-se.html
Na parte 2 dedicada a Claire, ela que “demonstra” amar a vida, entra em desespero, depressão e até cogita suicidar-se, não querendo enfrentar o que vem por ai.
Sua irmã Justine, a depressiva transparente, parece conformada e ciente de tudo o que ocorrerá. E sabe que nada poderá fazer a respeito

CONSIDERAÇÕES E OBSERVAÇÕES.
A maioria das falas, ou imagens, trazem algumas mensagens, ou querem dizer alguma coisa.
São claras para o entendimento ou subliminares.
1-Relacionamento patrão/empregado.
Patrão exigindo da empregada [Justine] que ela trabalhe no dia do seu casamento.
Quando o empregado de muito tempo do casal, não vem trabalhar, [o fim do mundo se aproxima] Claire, nem sabe se ele é casado, tem filhos, ou com quem vai ficar na hora final.
2-Os 3 que restaram, não conseguem fazer a passagem para a Vila. Estão destinados a morrerem ali sozinhos.
3-A Internet só anuncia a passagem do planeta. Não se vê pessoas em desespero pelo mundo como nos filmes apocalipses de sempre.
4-Quando Justine acerta a quantidade de feijões 678 da garrafa, apenas quer dizer eu sei tudo, e revela a irmã o destino final das pessoas e da terra:
A humanidade é má, a Terra não merece existir, não há deus, nem vida em outro planeta esqueça.
5-O casamento, sucesso profissional e financeiro, são momentos, e não traz as pessoas uma felicidade duradoura.
6-O cunhado podre de rico Kiefer Sutherland, perfeccionista, sabe de tudo, controlador e provedor da família. Na hora final amarela.
Em outro momento diz a Justine, se ela sabia quanto estava gastando com a festa. Querendo cobrar atitudes dela.
7-Acontecimentos após a chegada ao último buraco de número 19 do campo de golfe.

FINAL DO FILME
O final do filme, é IMPACTANTE, como a abertura, vai ficar na memória de muita gente, [na minha vai ficar] por dias ou meses.

FOTOGRAFIA, EFEITOS VISUAIS
Um esplendor, de querer ver novamente.

MÚSICA
Trilha sonora, magnífica, e impactante.
Até hoje nos créditos dos filmes, não sei por que, as músicas tocadas são discriminadas e colocadas no final dos créditos.
Para mim, deveriam ser colocadas logo após a apresentação dos artistas, diretor, roteirista.

Vida longa ao Diretor, Lars Von Trier, apesar de suas declarações equivocadas e atrapalhadas, rs.

NAMASTÊ!

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